Papo com Pipoca #20

"Funny Face" (1957)

Boa noite!
Eis o vencedor da semana. Um filme clássico, artístico, que contém uma musa atemporal, Audrey Hepburn ~ porém que precisa se atentar à alguns detalhes que são bastante difíceis de lidar.


Conheci esse longa através de pesquisas sobre a famosa atriz protagonista, e o assisti pela primeira vez, na "Cinemateca" - grupo da faculdade, em que reunia pessoas todas as sextas-ferias, no auditório da universidade, para assistir um filme e debater sobre ele. Um sonho.  
Um atraente musical de 57, que além da Audrey Hepburn protagonizando, conhecidíssima diva da época de ouro de Hollywood, atuou em filmes como: "Bonequinha de Luxo", "Sabrina", "Guerra e Paz", etc; temos o grande Fred Astaire também, famoso por: "Vamos Dançar?", "Ritmo Louco", etc.         

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"Funny Face", dirigido por Satnley Donen, é um filme ~ de comédia, que conta a história de Jo Stockton. Uma livreira ingênua, que se veste em tons de marrom, que um dia é surpreendida por um ensaio fotográfico de uma revista de moda, na livraria em que trabalha ~ inclusive essa cena me irritou um pouco, pois foi basicamente uma invasão, eles não pediram autorização, ela ficou toda sem jeito com a situação, além de terem bagunçado os livros! argh!
Nesse ensaio, ela acaba conhecendo Dick, o fotógrafo. Ele prontamente se interessa por Jo, e por suas feições e estilo distintos; logo, propõe fotografá-la.
Jo então, acaba indo até essa revista (inclusive a cena onde conhece a chefe, e discute sobre as tendências, me lembrou muito uma cena do filme "O Diabo Veste Prada", toda a movimentação existente, algumas falas tendenciosas e um pouco do próprio contexto inserido).
A garota tendo sucesso de primeira, e é levada para ser fotografada em Paris. Lá temos a famosa cena de vários clicks seus em roupas de luxo e cenários maravilhosos, também com bexigas (que me lembrou uma cena de "De Repente 30", na cena em que fazem um ensaio fotográfico para a nova proposta da revista e ao final jogam bexigas), e ensaios perfeitos. Sua história de amor com Dick se torna mais presente e recíproca; porém me incomodou muito em diversos pontos: primeiro pois ele era bem controlador e tinha falas e atitudes agressivas; segundo que eu não havia entendido que era um romance de fato, até se tornar absurdamente claro; visto que não encontrei química alguma, fiquei mais com medo por ela, pois ele realmente não me passou algo bom.

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É uma história que prende, pois te faz almejar o algo a mais por vir, o que acaba não acontecendo em sua maioria, ou chega algo muito bem captado, e um balde de água fria logo em seguida, com algumas falas ou atitudes ruins.
O enredo é um pouco confuso, há intensidades demais sem motivo ~ convenhamos que faz parte dos filmes da época também ~ ou explicações, onde talvez essas explicações sejam referentes aos inúmeros padrões ali estabelecidos, o que se torna massante tentar relevar à todo momento; onde tudo simplesmente acontece sem muito porquê, e ao acontecer não surpreende ou supera expectativas. Onde o porque possa ser também, um fato contraditório; por exemplo: uma mulher se submete à um homem numa relação bastante abusiva, mas ao mesmo tempo é inserida uma certa cena de empoderamento, quando Jo sai da sala de um filósofo de quem é fã, pois ela queria muito debater assuntos com ele, e por outro lado, ele tinha nitidamente outras intenções ali.
Creio também que o trabalho dos atores não foi muito bem aproveitado, pois o elenco por sua vez, fez um ótimo trabalho. Poderiam ter explorado melhor as cenas de dança, e músicas ~ por mais que uma em específico, eu amo!

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Irei pontuar aqui, 3 de minhas cenas favoritas:



3- Grande Revelar Rosa & Branco: Gosto dessa cena pelo close que a Audrey dá. Eu amo a atriz, e em todas as cenas em que evidenciam ela de sua forma fofa, eu acho bonita. E essa em específico me marcou. 




2- Dança no Bar: A estética dessa cena é demais! A iluminação, o figurino icônico que Audrey veste. O famoso conjunto preto, com mocassim também preto e meias brancas. - inclusive usado como referência em alguns clips de divas pop, etc. 





1- Escondendo-se na Luz Vermelha: Deixo claro que fiquei encantada pela parte artística da cena. Pois ela sai de uma discussão em uma sala e corredores brancos, e entra numa sala totalmente escura e vermelha. E também pois acho lindo esse método de trabalho na fotografia, todo cuidado e detalhes, são satisfatórios de observar.




~ Além da música/clip "Think Pink", que é bem famoso também e já foram feitas algumas performances dele:




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Diria que é um filme esteticamente bonito, aliás os looks e a parte da moda se fazem presentes e tem uma ótima evidência ~ até porquê o ícone daquela época era a protagonista, e sendo a estilista, Edith Head - que ganhou 8 vezes o Oscar, e foi indicada 35 - não tinha como ser diferente. 
O longa pecou bastante em alguns pontos, tanto em deixar raso, quanto em atitudes que os personagens assumiam. Porém um fatídico filme bonzinho que vale a pena ver pelo menos uma vez. Mas com a mente aberta por favor, filtrando muito esses apelos e sutis abusos que aparecem ~ sendo muito vistos em filmes dessa época, infelizmente.

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Digo que vale a pena assistir, por toda a estética, beleza e referência que o filme possui. Uma vez que, particularmente, eu goste muito de musicais antigos. Mas é bom ficar sempre ligado nesses pequenos pontos que acabam por gerar bastante desconforto.

Segue o Trailer:





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Espero que tenham gostado, e aceito sugestões para próximos quadros! Lembrando que será toda a segunda-feira aqui no Blog! :)

Bjs: #SafiSaga

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