Chá De Letras #49

 "Um Rosto Morno É Uma Folga" - Anna Dos Santos


Oi oi, gente! Tudo bem?


Trouxe hoje uma resenha sobre um livro de poemas! Como muitos aqui sabem, sou uma leitura e autora assídua do gênero, logo, não iria deixar de resenhar com mais frequência sobre esses livros por aqui <3 E importante lembrar também, que o mais especial disso tudo, é que este livro é um dos que recebi da Macabéa Edições, nova editora parceira do blog e Ig, que fiquei muito grata e contente por fazer parte!


...

Esse livro nos apresenta uma preciosa conversa de palavras, é uma escrita genial e inspiradora! Anna nos faz imergir em sensações distintas envoltas à cenários tão próximos, que me fez refletir em como não havia pensado de tal forma antes e notar um olhar tão profundo e sereno, que gera tumulto bom em nosso interior.

A apresentação, no prefácio, por Bianca Gonçalves, já diz muito sobre a preciosidade da leitura, ao nos mostrar um pouco da autora e sua arte, de forma próxima e sensível. Uma linda mensagem.

Me identifiquei e identifiquei partes do meu ser ainda não descobertas, ao ler os versos de Anna nesse livro. Impacto interior, podendo ser intenso e calmo ao mesmo tempo. Espero poder encontrar mais palavras dela pelo universo da literatura :)

...

Enquanto isso, irei deixar aqui algumas passagens que eu destaquei durante a leitura:

"(...) em tudo agora encontro rastros e presenças.

tudo é efêmero e finito,

e até nisso já prefiro não crer mais.

já não sei o que é estar puramente só,

pois, até quando penso estar,

percebo-me acompanhada deste sussurro no ouvido,

que ora me parece uma guerra,

ora me parece um carnaval.

neste mar de oscilações ainda não sei o meu papel. (...)" - pág 21


"(...) quero invadir os quadros de van gogh

gritar que a arte é miserável e destroçar o amarelo,

ser a poeira que dança sob a luz:

partícula, película, ridícula: decadente! vã e imensa

suspensa, mesquinha, vil,

morar junto à sujeira que abriga o canto da unha,

que arranha a carne e maltrata a pele. (...)" - pág 22


"(...) na falta de água, n'ausência do sol o

quintal passou e a flor morreu.


a flor era eu... a flor era eu..." - pág 23


"(...) andei procurando segredo em suas demoras, (...)" - pág 27


"(...) quando dei por mim, estava só,

quando dei por mim, ser só doía (...)" - pág 30


"(...) os livros, os signos, os dados, os lados, os dedos, 

                                            os cortes e os lábios.

os mitos, os riscos, os feitos, os choros, os medos,

                                              os chatos e os tatos.

(...)" - pág 33


"tenho sido um céu

azul e triste

perdido nas pontas do mundo

a dor que hoje me visita

arde

e tem cheiro de sol" - pág 34


"(...) posso imaginar o morno em meu rosto e se o sol

                             por um instante resolvesse alcança-lo.

um rosto morno é uma folga. (...)" - pág 42


"(...) e parece que a vida agora é a preparação: (...)" - pág 43


"(...) estou coberta por um sonho lúcido

a geometria euclidiana anda em crise bem na frente

                                       dos meus olhos (...)" pág 49


"(...) em que me esqueci de me lembrar (...)" - pág 51


"(...) o rosto carrega ausências.


tem um nariz no meu rosto

grande e presente

que eu já quis não ter


(...)


um rosto carrega uma pessoa" - pág 55/57


...


Espero que tenham gostado! É um dos mais belos livros de poema que eu já li! bjs: #SafiSaga


instagram: @safiraferreira_


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