Chá de Letras #72


"Patuá"
- Mell Renault


Oi oi, gente! Tudo bem?

Primeiro de poemas do ano, já me encantou pelo prefácio! Coisa linda. Mas apesar de belo, tenho algumas ressalvas e preferências durante (pode ter sido também meu momento).

Vou citar o prefácio primeiro SIM, porque foi uma das coisas mais bonitas que já li - no caso, sendo alguém a comentar sobre o livro de outrém -, confesso que isso me gerou algumas expectativas hihi e digo que super leria algo da pessoa que escreveu, caso tenha.

O livro é dividido em 3 partes, a primeira e a terceira tem uma narrativa poética semelhante na estruturação, sem estrofes, pontuando palavras por linha; o que eu normalmente gosto, mas quando se tem certa diversidade de tom. Mas aqui, para mim foi um pouco repetitivo - tanto as palavras quando as temáticas abordadas em cada um deles (mesmo entendendo o estilo da autora); porém ainda assim, há coisas lindas de se sentir.

Já a segunda é desenvolvida em pequenos parágrafos poéticos, através
de narrativas corridas, quais me agradaram bem mais - p
ois eu amo o toque de dar sentimentos as coisas, principalmente uma mescla com a natureza em si e aqui tem muito disso -, me identifiquei e emocionei bastante. Se tivesse mais disso no livro, com certeza funcionaria melhor para mim. Claro que, como eu disse, pode ter sido meu momento de leitura, visto que estou apreciando mais o tom poético inserido na escrita corrida.

É belíssimo, requintado e tem seus momentos de ternura. Além de uma proposta carinhosa consigo mesmo. Vale a leitura :) 

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Q U O T E S :


"Quando

me recordo

de existit (...)"


"Só há uma verdade que nos sustenta:

Somos iguais perante a Lu(t)a"


"Aprendi a doer"


"Tenho nos olhos a primavera / todas as cores guardadas na iris. Nas mãos reconheço o outono / riscos secos de uma velhice que falha. O inverno, desse não tenho senão o aconchego do abraço porque é verão alto no meu coração.

Tenho pra mim que me alfabetizei no quintal. As flores me ensinaram as cores. As pedras deram a mim a sustentação da caminhada. Falo árvore. Escrevo formigas.

Invento meu idioma conforme minha necessidade; por isso, camaleão. Sei ser tropical"


"O Mar existe em mim"


"Há quem se permita pensar luas (...) Tenho um silêncio veloz."


"No meu silêncio 

há um repouso

de mil folhas"


"Tenho observado que o céu chora em dias cinzas. Nos dias azuis, nuvens desfilam paradeiro nenhum. Sonhava eu com um guarda-sol. E no fim da tarde ouvia-se sinfonia de cigarras iludindo a chuva."


"voar

é

sempre 

ris(c)o"


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Bjs: #SafiSaga


@safirasafisaga



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