Chá de Letras #7 ESPECIAL

Estrada Aberta - Sávio Brayner

Boa tarde, Coalas!
Hoje teremos um Chá de Letras muito especial... Sobre o livro que recebi do próprio autor Sávio; qual aliás irá responder à algumas perguntas no final! SIM, teremos uma entrevista heheh
Bem, tentarei ser breve, para aproveitarem bastante a entrevista, porém deixando em evidência os detalhes importantes, fazendo vocês verem realmente o quão boa é essa obra e que vale muito à pena ler!

O livro conta a história de Daniel Brant (Dan) de 20 anos, que vive preso em uma rotina monótona; ainda morando com os pais, sonhava em virar escritor, porém acaba por cursar Jornalismo. Após o término com sua namorada, Dan conseguiu emprego numa agência, qual tinha um ritmo pesado ao conciliar com sua faculdade, o que causava muito cansaço e estresse. Então, num dia comum, recebeu um panfleto qual abordava sobre uma viagem; não demonstrou muito interesse à princípio, porém mais tarde, após refletir mais um pouco, decidiu partir. Tornando essa então, uma das melhores decisões de sua vida!
Era uma viagem de ida, com o destino bem longe do Brasil (mais precisamente à América do Norte, locais famosos como: Orlando, Miami, São Francisco, etc). Em sua jornada, Dan descobre uma nova forma de viver, totalmente diferente; conhece novas paixões, faz novos amigos e colegas, se despedindo totalmente daquele que por sua vez vivera uma vida talvez frustrante. Tal "fuga", também faz com que Dan se descubra, leva ele à refletir sobre diversos pontos e padrões, sobre quem era, quem quer ser; também acaba sendo palco de grande decisões que deverá tomar em sua vida. (Chega à ser reflexivo até para nós!).
Digo que mesmo com um enredo "simples" e mais próximos de nós, é uma obra profunda e de muito aprendizado. Nos ensina a descobrir o que nós somos, o que queremos, o que nos move de verdade e nos faz querer viver! Pois possui elementos de nosso dia-a-dia, presenciados muitas vezes pela maioria; sejam os lugares, a rotina, as escolhas e decisões, a forma de pensar, enfim muita coisa! Sávio trouxe de uma forma clara e abrangente, vários tópicos importantes para nossa vida, além de um enredo divertido e envolvente; super recomendo! 

Agora vamos à parte técnica rs "Estrada Aberta", é a primeira obra publicada de Sávio Brayner pela Editora Portuguesa Chiado em 2016.
Frases que gostei:
"Tome cuidado com sua liberdade"

"Sonhos não acabam, eles mudam"


~*~

ENTREVISTA:



1-Sávio, quando soube que seria escritor? Era algo que almeja muito ou nasceu de repente?

R: Sim, sempre soube que iria escrever. Quando adolescente, me arrisquei em algumas poesias, que julgo ruins. Ao ler autores de prosa que admiro, observar suas trajetórias e viver histórias por meio de livros com as quais me identificava, passei a alimentar esse projeto silencioso de me tornar autor. Nunca me enganei: sabia das dificuldades que isso poderia acarretar e até hoje não as ignoro, embora continue a insistir nessa atividade um tanto arriscada e ao mesmo tempo enriquecedora.

2-Ao escrever uma obra, pede conselhos ou se inspira em alguém?

R: Sempre me inspiro em alguém. Meus personagens são transportados da vida real para o texto. Nesse processo, passam por um intermediário (eu), que lhes acrescenta ou subtrai características e atributos. Espero não estar cometendo injustiças! Em relação aos conselhos, meu conselho é: peça poucos conselhos, escute poucas pessoas. Mas quando fizer isso, faça com o máximo de atenção e consideração. 



3-Dedica quanto tempo escrevendo por dia?

R: Escrevo todos os dias. Uns dias muito (nunca muito mesmo, isso é para os gênios), outros dias pouco. Escrever é como tocar um instrumento ou praticar um esporte. Se paramos, enferrujamos. 



4-De onde vem as ideias para escrever?

R: As ideias vem do dia-dia, de uma construção paulatina do inconsciente misturado a lembranças, leituras, filmes e imaginação. Todo artista, por mais desapegado que seja, trabalha com lembranças e imaginação. A diferença é que de vez em quando - só de vez em quando - é preciso revolver o passado para narrar algo bonito, interessante ou engraçado. Escrever é sofrer e ao mesmo tempo se divertir consigo. É sempre um ato de autodescoberta e transcendência. Para isso, autoconfiança é fundamental. A resposta do público e das pessoas que leem é muito importante. É isso que motiva novas histórias e projetos. 

5-Qual foi o momento mais estranho que teve uma ideia para uma obra?
R: Para mim, o momento mais estranho é quando vivo algo que desconfio que vai virar uma história. É uma baita sensação!       





6-Sobre "Estrada Aberta", como foi o surgimento dos personagens?

R: O Estrada Aberta é um livro baseado em fatos reais. O protagonista do livro foi inspirado em personagens literários (em romances de formação, sobretudo) e em mim mesmo. Até certo ponto, é uma escrita confessional. Isso, a meu ver, coloca muito brilho na história, pois faz com que seja um personagem sincero, comum, com muitas qualidades e defeitos. A forma de narrar do autor reflete o amadurecimento do protagonista. No começo, a história é uma aventura trivial. Posteriormente, transforma vivências em grandes aprendizados. Isso, a meu ver, faz a diferença para quem quer ser escritor (ou artista em geral): todas a experiências são valiosas. Por mais lugares-comuns que as experiências possam parecer, elas são significativas. Sartre dizia que o que transforma uma história ordinária em extraordinária é a forma de contá-la.  





7-Em que ponto se identifica com o protagonista, Daniel?

R: Me identifico totalmente! É meu alter-ego... Posso dizer isso com tranquilidade porque as pessoas com quem convivo já foram devidamente alertadas (rs). Acho que é um personagem incrível, ainda hoje inspirador para mim devido à sua vontade de viver e de desafiar invisivelmente (e de maneira heterodoxa) o mundo. Certa vez, numa grande exceção para mim, escrevi uma poesia que ganhou o quarto lugar num concurso (embora ache que merecesse o primeiro...), chamado Caminhada: 
"Nunca teve razões para verdadeiramente desafiar o mundo. Quis apenas dar uma caminhada sem destino". 
Penso que esse pequeno poema diz muito sobre o livro e sobre Daniel Brant. 




8-Dê seu ponto de vista sobre a obra, faria alguma alteração se pudesse ou está satisfeito com ela? 

R: Embora o Estrada Aberta seja meu primeiro livro (ainda não sei quando terminarei o segundo, que está em fase de maturação), o resultado e as respostas dos leitores têm sido muito positivas. Nunca quis escrever um livro típico para o padrões da escrita literária. Não inscrevi o livro em concursos porque a editora é de Portugal e o ISBN é diferente do Brasil. No entanto, a partir da segunda edição, que deve sair esse ano, talvez faça isso. Particularmente, desconfio muito de prêmios literários... O Brasil é um país que valoriza muito a forma em detrimento do conteúdo, um certo beletrismo, tão próximo do hermetismo jurídico. É a tradição da bela língua portuguesa. Aqui também se valoriza muito amizades e influências... A área cultural tem bastante disso. A distribuição de filmes e livros passa por isso. Eu respeito, mas raramente me envolvo na leitura de romances que ganham prêmios... Gosto dos clássicos e dos rebeldes. Acho que o tempo ainda é o melhor crítico. Ao mesmo tempo, sou a favor de qualquer tipo de leitura que instigue a imaginação e o contato com bons pensamentos. 

9-Algo que gostaria de dizer aos seus leitores: Minha alegria é saber que a história do Daniel Brant continua a ganhar aos pouquinhos vários corações. A história é boa e merece ser conhecida. 



Agradeço muito pela participação, Sávio! Também agradeço demais por me enviar a obra, gostei muito da parceria. Sucesso!

Espero que tenham gostado :3 
Bjs: #SafiSaga

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