Chá De Letras #63

"A Retórica De Rousseau" - Bento Prado Jr.


Oi oi, gente! Tudo bem?

Mais uma da série, 'tirando do Baú' do Blog hehe Essa leitura ~ e fotos inclusive ~, realizei em 2020 - f
oi uma leitura numa época bem específica, início de pandemia, eu atordoada tranquei a faculdade, fiz dois cursos de cinema e lia muita filosofia, os divertidamente bem saudáveis :D -, não sei como a resenha acabou se perdendo por aqui junto à algumas outras. Logo, estou ressucitando-a, após fazer uma enquete no Instagram se deveria postar essas resenhas abandonadas ou não (ou fazer vídeo). 

"A Retórica De Rousseau" é um livro da editora Unesp, que adquiri na Festa do Livro da USP de 2019. Dado ao título, já se imagina a temática, sim, é um livro com viés filosófico ~ talvez até meio acadêmico na área de humanas. E sendo assim, é algo denso de experimentar, precisa estar realmente disposto a entender e querer mergulhar no assunto, senão torna uma leitura monótona ou até superficial se lida sem este olhar mais crítico de estudo.

O livro reúne ensaios do autor Bento Prado Jr. à respeito da obra do pensador Rousseau. Ele parte de uma premissa guiado por uma teoria que tem início em Foucalt e coloca a linguagem como objeto concreto entre aquele que fala e aquele para quem se é falado, a narrativa é filosófica mas também um pouco literária. Para o autor, Rousseau - que é visto como eclético e excentrico em seu estilo -, tem um centro em sua retórica.

A linha de Bento Prado Jr. está ligada da linguagem de “Ensaio sobre
a origem das línguas”, do Rousseau, que mostra a espontaneidade do som e sua função retórica, não levando em conta a teoria clássica, mas trazendo a linguagem como movimento. Logo, o autor analisa também a polícia dos discursos citados. D
essa forma, Bento Prado Jr. mostra como Rousseau faz o seu uso político da linguagem, ao explorar sua força retórica em diversos contextos, sendo não apenas o filósofo idealizado, mas também imerso historicamente.

Além de uma bela interpretação de Rousseau, também acompanhamos o árduo trabalho do autor, ao colocar referências francesas - em especial o existencialismo e o estruturalismo. No início se nota quando ele usa Rousseau para confrontar o método estrutural de análise dos textos filosóficos. Mostrando certo domínio retórico assim como o filósofo.

Essa edição pela UNESP é na verdade uma reedição de um livro de 2008 organizado por Franklin Matos, em que reunia alguns dos ensaios de Bento sobre Rousseau. Eu particularmente gosto bastante dessa nova edição, a começar pela capa, que já me instigou a querer saber sobre o livro!

Uma leitora complexa, mas intrigante demais pra quem é da área ou pretende encontrar algo bom sobre. Recomendo! Bjs: #SafiSaga




Instagram: @safirasafisaga


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