Chá De Letras #50

 "A Bruta Cordialidade Dos Dias" - J. V. Araújo

Oi oi, gente! Tudo bem?

Feliz demais em compartilhar essa leitura com vocês! Primeiro livro que recebi da parceria com a editora Cancioneiro <3 Eles me enviaram dois livros incríveis, mal vi a hora de conversar sobre essas leituras com vocês :D

O livro é uma sequência de magníficos contos, e no final eles vão ficando menores, se tornando histórias de um parágrafo e linhas. Leitura que me surpreendeu em diversos aspectos, até hoje me lembro com arrepio e profundidade sobre a narrativa de cada conto, e seus detalhes também. A escrita do autor é impressionantemente envolvente! Te leva a sentir tudo, o ambiente, as sensações, desesperos...

Um dos contos que habita minha memória constantemente, é o "Memento Mori", pois retrata com veemência uma história bizarra que tão me parece real, que hoje em dia temo pelas vidas ali retratadas. Outra que me senti assim, foi a Fogo-fátuo e lantejoula", e também "A bruta cordialidade dos dias" - que deu nome ao livro. (inclusive, irei deixar alguns fragmentos deles, logo abaixo).

Já os parágrafos menores ao final, deixam uma mensagem não apenas de
reflexão, como também de profundidade, ao retratar mesmo em poucas linhas, situações que se podem tirar uma mensagem de desespero, angústia, ao fazer crítica à alguma situação ou relação com hipocrisias que nos deparamos. 

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Segue os fragmentos de alguns textos:

"Por vezes vou a lugares que são a montagem de outros dois (...)" - pág 25

"A senhora já visitou um manicômio em sua vida, senhora Miriam? Não aconselho (...) Esse lugar não foi feito para curar ninguém. É uma fábrica de insanidade (...) suspeito que os piores gritos saem da boca daqueles que tem um suspiro de lucidez (...)" - pág 39

"(...) Sentindo na cara o vento frio, com cheiro de matagal, aguardei a TV do vizinho ser ligada. Ele nunca falhava. Acendi meu bagulho, quando ouvi, ainda que baixinho, o som do clipe do Men at Work abrir a programação matutina. (...)" - pág 45

"Pela cor do céu, deduzo que seja algo entre as matinas e as laudes" - pág 50

"janaína então abriu suas janelas da alma e viu enormes baleias subindo como balões de gás. seu coração voltou a bater." - pág 72

"Lucas foi o melhor ator do mundo. atuou em vários papéis. era jogador de futebol, amante, assassino, operário, pai, intelectual, lutador, empresário, contraventor, motorista, marido, cozinheiro, professor, drogado, deprimido, morto. nunca pisou num palco." - pág 76

"(...) o ódio gosta mesmo é da desistência  dos sensatos (...)" - pág
90

"Fez a coisa mais difícil do mundo. Inventou uma cor. entretanto não se apercebeu. era cega de nascença." - pág 92

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Espero que todos possam ler esse livro pelo menos uma vez na vida, esplêndido! E agradeço muito à Editora Cancioneiro, pela parceria e por me enviar esse livro. Bjs: #SafiSaga

instagram: @safiraferreira_