Chá de Letras #59
"Vertigo - (Um Corpo Que Cai)" - Boileau-Narcejac
Oi oi, gente! Tudo bem?
Muito animada pra trazer meu favorito do Hitchcoock pra cá! Ele é um dos meus diretores mais aclamados, e esse filme dele marcou demais pra mim (tanto quanto “Birds”, que foi meu primeiro contato).
Vertigo é um romance policial, da famosa dupla francesa que usa o pseudônimo de “Boileau-Narcejac”: Pierre Boileau e Thomas Narcejac, que foi adaptado por Alfred Hitchcook para os cinemas como "Um Corpo Que Cai" em 1958.
A História é dividida em duas partes e acompanhamos o ex-detetive Flavières no início da Segunda Guerra, ele encontra um antigo amigo pelas ruas de Paris, que o faz uma proposta curiosa e intrigante. O amigo pede para que Flavières siga sua esposa, Madeleine, pois acredita que ela o está traindo. Mas nessa empreitada, nosso protagonista acaba descobrindo mais sobre a mulher misteriosa, vários episódios o deixam extremamente intrigado pelo grau de peculiaridade, e perigo - pois muitas das vezes Madeleine tenta contra a sua vida -, logo, ele desconfia de que não seja uma traição, mas sim, algo mais tenebroso. Sem contar que Flavières acaba se apaixonando por Madeleine, e declara seu amor, suas saídas para segui-la não são mais motivadas pelo simples fato de fazer um favor ao amigo, mas sim para ver sua muda; porem ambos sabiam que seria grave.
Esses episódios vão ficando cada vez mais intensos, e mesmo seguindo-a o tempo todo, Flavières não chega a tempo no momento em que Madeleine tira a própria vida, ao se jogar da torre de uma igreja. O ex policial assiste tudo e até tenta salva-la, mas devido a seu medo de altura (acrofobia), as escadas até a torre te dão vertigem, e ele não chega a tempo.A segunda parte da história acontece 6 anos depois dessa fatalidade,
num cenário pós guerra. Flavières está vivendo assombrado pelo trauma que passou, mas um dia, ele esbarra com uma moça na cidade, Judy, que é idêntica a Madeleine. Não precisa de muito tempo para que ele entre em transe, Flavières sente que precisa dela, de seu amor, logo começa a ter comportamentos controladores e amedrontadores; ele a quer vesti-la e ensiná-la a se portar como Madeleine, Judy fica sufocada, porém, a trama deixa no ar se ela poderia mesmo ser a antiga amada de Flavières.
É uma história de controle, obsessão e culpa. Navegamos pela mente de Flavières e suas nuances, seus vícios, medos e obscuridade - as vezes deixa a deriva se os acontecimentos são reais ou apenas seus delírios. Não é algo leve de ler, principalmente em algumas formas de tratamento e visões de mundo que o protagonista nos mostra ~ hoje em dia ele seria tratado com alguns psicotrópicos. Logo, é uma leitura tensa e a trama pode ser em partes angustiante; porque a vertigem também acaba transparecendo em nós, ao desvendarmos o mistério entre a razão e a loucura, a paixão e o delírio, o desejo e a insanidade.
Fora que, como um suspense psicológico, possui essa tensão na medida certa, com cortes precisos, narrando acontecimentos e sensações coerentes, que mesmo apresentando um final meio aberto, se é autoexplicativo. Recomendo a leitura! Sem contar que a edição é de peso, com capa dura, meio minimalista, mas ainda assim muito artística ~ com elementos que nos remetem ao filme também ~, papel pólen com uma gramatura e textura perfeitos, inclusive a laminação da capa. Edição primorosa! Editora Autêntica realmente é surreal.
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QUOTES:
"Pois há verdades em que não podemos deter nosso pensamento sem sentir imediatamente uma vertigem da alma, cem vezes mais horrível que a vertigem do corpo”
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Confira mais fotos e vídeos no Instagram: @safirasafisaga
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