Chá de Letras #73
"A Morte de Ivan Ilitch" - Liev Tolstói
Oi oi, gente! Tudo bem?
Minha primeira experiência com Tolstói e já adianto que não achei tudo isso AAA
O livro é literalmente o título (podem subir as letrinhas, obrigada). O narrador nos conta quem foi Ivan Ilith, revelando etapas de sua vida brevemente e, conforme chega o momento da morte, vai revelando mais devagar, já que o intuito é mostrar a agonia e questionamentos que envolvem este processo.Um homem, se pode dizer, medíocre - empático, não odiado, com um bom tom social que decide se casar com uma moça que atende aos seus requisitos, na verdade, o que na época colocavam como requisitos. Que tem altos e baixos na carreira, porém tudo muda quando começa a ficar doente.
Aqui notamos a transformação do ser carnal se diluir, sua vida se esvai embaixo de seus olhos e nada ele pode fazer, nem ninguém ao redor. Vemos dores não só físicas, como interiores, até monstros. Sentimentos de todo o tipo afloram, ele deseja que tenham pena, tem pena de si, não aceita que todos aceitem sua condição; em contrapartida, com o tempo Ilitch começa a aceitar seu sim, tenta acolher a morte e, nisso assistimos sua agústia gritar por socorro.
Fontes dizem que Tolstói tinha essa obsessão pela morte, que a comtemplava, desejava decifrar aquilo, então se pode dizer que neste livro ele tornou presente esse sentimento, se colocando nos questionamentos e dores presentes. Acredito que esse tópico tenha me afetado mais durante toda a narrativa do que a história/personagem em si.
É um livro bom, uma história amarrada, personagens com personalidade e que diz muito nos detalhes; mas não achei tal obra de arte que panfletaram, foi um livro de homem triste (antes que me julguem, eu gosto sim de literatura russa, okay? Querido Dosto ta ai pra provar).
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Q U O T E S :
"O doutor dizia que os sofrimentos físicos dele eram ter-ríveis, e dizia verdade; mas os seus sofrimentos morais eram mais terríveis que os físicos, e nisso consistia a sua tortura maior."
"Sempre a mesma dor, sempre o mesmo medo, faziam com que nada fosse mais pesado nem mais leve. Tudo era pior."
"Quando lhe trocaram a camisa, ele sabia que se assustaria ainda mais, se lançasse um olhar para o seu corpo, e não se olhou."
"o fato de que ninguém se compadecesse dele da maneira como ele queria"
"E ele convocava, um após outro, pensamentos que substituíssem aquele, na esperança de encontrar neles apoio. Tentava voltar aos velhos caminhos de pensamento, que ocultaram para ele anteriormente a ideia da morte."
"Depois de decidir que o seu marido tinha um gênio horrível e que fizera a vida dela infeliz, começou a ter pena de si mesma. E quanto mais se compadecia de si, mais odiava o marido."
"Ivan Ilitch sentia-se particularmente alegre e com saúde. Escrevia: sinto que uns quinze anos me pularam da cacunda."
"O morto estava deitado como sempre ficam deitados os mortos"
"Esse rosto expressava que fora feito o que se devia fazer, e que se fizera corretamente."
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