Chá De Letras #21

A Guerra Que Me Ensinou a Viver - Kimberly Brubaker Bradley

Boa tarde, coalasssss!  
Como vocês estão? 

Trago hoje, resenha sobre o recebido lindo da parceria com a Livraria Nobel aqui da minha cidade <3 "A Guerra Que Me Ensinou a Viver", segundo livro, continuação de "A Guerra Que Salvou Minha Vida" (que inclusive saiu resenha mês passado :D)

Já contei um pouco sobre a autora da obra na resenha do livro antecedente, logo irei para a parte então, em que conto um pouco sobre a narrativa e minhas impressões, se foi o que esperava de uma continuação, etc;

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Passado alguns meses após o ocorrido, a Guerra - que havia acabado de ter seu possível 'fim', mas na verdade os ataques permanecem - ainda deixa rastros e transmite perigo para Ada e as pessoas ao seu redor (não só para eles num contexto mundial real, porém dentro da narrativa são os que se destacam obviamente rs). Se pode notar também, breves explicações que Ada faz sobre o primeiro livro; então por mais que não tenha lido o 1, ou tenha lido à muito tempo, consegue se localizar na história e entender todo o contexto na qual está sendo trabalhada. Mas ler o primeiro é muito importante, além de ser também uma experiência magnífica quanto a construção dos personagens.
Logo de início já nos deparamos com dois acontecimentos importantes e fortes. O primeiro é a cirurgia de Ada e o segundo, é um tanto sério, que seria para causar certo impacto na vida da garota, qual na verdade não deixa de causar, porém não é pelo motivo nem tão intensamente quanto o esperado. O estranho, é que diferente do seu irmão, a garota fica totalmente "atônita" (referências rs), sem sentir tristeza ou culpa, o que a confunde um pouco, visto que seu irmão Jamie chorava horrores.
A recuperação de Ada leva uns meses, podemos notar então sua aproximação com Susan, o relacionamento das duas começa a atingir mais leveza, elas ficam mais abertas perante as situações e a como lidar com os sentimentos. Falando em Susan - ATENÇÃO A SPOILER DO PRIMEIRO LIVRO - ao final de "A Guerra que Salvou Minha Vida", sabemos que a casa dela foi atingida durante o bombardeio, então, o Sr. e Sra. Thorton abrigam os três num chalé que pertence à eles e fica próximo a casa deles também. A família de Meggie então, melhor amiga de Ada, fica mais próxima, o que é bem nítido durante a leitura.
Toda a narrativa, por ser contata do ponto de da garota Ada, se torna mais especial e emocionante (desde o primeiro livro), visto que no atual momento ela estava descobrindo novas experiências ao poder finalmente andar, vestir sapatos e claro, cavalgar com seu pônei Manteiga! É lindo de ver, todas as situações, por mais simples, se tornarem tão gratificantes para ela; também notamos que Ada amadurece um pouco, descobre novas palavras e começa a se adaptar melhor com as diferenças que encontra em seu dia-a-dia.
Algo bem importante também, é o surgimento de uma nova personagem, Ruth, qual é uma criança judia, e também abrigada pelo Sr. Thorton, acaba por ficar no chalé junto deles para aprender matemática com Susan. Ada até que se da bem com ela, porém a garota havia uma família, logo, deixarei este final como papel do livro mesmo hihi Os dias ficam complicados, todos tinham problemas de muitas partes por mais que por hora parecessem seguros; é talvez angustiante para o leitor, ler - principalmente pela perspectiva de uma criança - e nada poder fazer perante tudo aquilo, saber que por mais que se trate de uma ficção, aquela Guerra realmente aconteceu e diversas pessoas passaram pela mesma situação ou até situações piores. É uma leitura muito forte e após algumas páginas, as vezes é preciso fechar o livro, absorver e respirar fundo; pois Ada, por mais esperta, analisava situações sérias e tensas, de forma como se fossem comuns, sem muita noção de seu peso, o que é mais triste de ver ainda.

Além de anunciarem muitas mortes, umas das partes que mais me tocou, foi um diálogo entre Ada e Maggie; nada tão complexo, palavras simples de duas garotas com pouca vivência, porém passado por experiências fortes vividas de pontos de vista sociais distintos. Pois Meggie questiona Ada, sobre o que Susan havia se tornado para ela afinal, que com a boca cheia de orgulho, diz: "Guardiã Legal"; Meggie não entendida do assunto, pergunta ingenuamente de ser 'isso', era melhor do que ser 'mãe', e Ada sem pensar muito, diz: "Claro". 
Logo vemos o pensamento de Ada a respeito da mãe, qual para ela não foi um exemplo do que seria algo realmente bom, diferente de Susan, por isso esta posição à respeito do assunto. Vejamos então que nossa vivência, traz experiências e definem conceitos já pré estabelecidos pela sociedade, de tal forma que quando não analisados com cautela, nos levam à distintas interpretações. Mas mesmo pensando na mãe de forma negativa, Ada sempre cita os dias daquela apartamento e as atitudes de sua mãe, em comparação à quase tudo o que acontece; visto que é o único referencial de vida que tinha.

O final me surpreendeu de uma forma absurdaaaa, não podia imaginar, sériooo!! Bem, não irei contar obviamente, assim como não pude dizer os detalhes também de todos os acontecimentos, pois creio serem fatores muito importantes na experiência da leitura. Então, como esta resenha também é uma indicação, convido-os a ler a obra, pois sério, não irão se arrepender! Mas sim, trará um ponto de vista bacana e algo para refletir também.

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Eu gostei demais da leitura, sério! Recomendo muito, aliás recomendo que leiam o primeiro livro também, para então poder ter uma maior experiência com o amadurecimento das personagens, além de curiosidades históricas verídicas muito interessantes.
Um ponto que gostei muito, inclusive admiro a Kimberly por isso, é que além das ótimas referências históricas, ela escreve exatamente o resultado que a Guerra trazia para a vida das pessoas; temos personagens muito bem construídos, cargas emocionais gastas, além de que não apenas mostra a mente de uma pessoa durante a Guerra, mas de uma criança durante a Guerra. Uma narrativa ótima e escrita genial.
Queria deixar claro que amei muito o título dos dois livros, não pelo fato ruim, mas sim pelo sentido que há neles, de levar exatamente a essência da história.

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Frases que gostei:

"É possível saber um monte de coisas e mesmo assim não acreditar em nenhuma delas" - pág 14

"Eu queria confortá-lo, mas me sentia vazia por dentro" - pág 17

"*Isso eu não sei dizer*, respondeu ela, o que significava que não" - pág 20

"Não sei quanto a você, mas eu estou me acostumando com essa coisa dos abraços" - pág 29

"*Não*, respondi. *Ela é nossa guardião legal*. Os papéis haviam chegado. Eu guardei eles numa caixa.
 *Isso é meçhor que mãe?* - perguntou a Meggie,
 *Claro*" - pág 51

"A minha mãe está doente de preocupação" - pág 141

"Eu odiava a guerra" - pág 181

"O problema era que a tristeza, insistia em me pegar de surpresa" - pág 182

"Colher batatas era tedioso, sujo, exaustivo e frio. Eu adorei." - pág 192

"Não acreditei totalmente nela, mas acreditei um pouquinho" - pág 247

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Resenha do livro anterior à este: A Guerra Que Salvou A Minha Vida
Mais informações no Instagram: @safisaga 






Espero que tenham gostado! Já leram esta obra maravilhosaaa?
Bjs: #SafiSaga

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